Compressor de Áudio. O que é? Como usar ?
Instrumentos como metais, cordas, vocais e guitarras podem apresentar diferentes níveis de amplitude (Volume) entre si e influenciar regiões de frequências diversas. Essas regiões, eventualmente, desaparecem e, subitamente, “saltam” em uma mixagem. Embora seja possível fazer ajustes de volume manualmente, em tempo real, isto não funciona na maioria das situações, em que ocorrem variações extremas e rápidas de amplitude. É ai que entra o compressor!
O que o compressor faz é justamente reduzir a faixa dinâmica de um sinal de áudio, equilibrar a mixagem e diminuir variações bruscas de volume e de respostas de frequências.
Portanto a primeira pergunta deve ser se devemos ou não comprimir um determinado sinal.
Faixa Dinâmica
É a diferença entre o menor e o maior nível (amplitude) possível para um sinal de áudio em um sistema. O menor nível é limitado pelo ruído de fundo do sistema e o maior nível é dado pelo ponto de saturação.
Por que Comprimir?
Dois motivos básicos:
a. Para reduzir as variações de volume do track;
b. Para efeitos especiais.
Quando um sinal tem excesso de diferença entre seus momentos mais altos e mais baixos fica difícil fazer esse instrumento ficar presente na mix. Quando o volume de um track varia muito ele é ora mascarado, ora não, fazendo com que fique entrando e saindo da mix. Comprimir reduz a diferença entre pianíssimos e fortíssimos, tornando mais fácil pra gente estabelecer um volume mais constante pra ele no equilíbrio.
Como Usar o Compressor?
Conexões
Para a captação do áudio os processadores de dinâmica podem ser conectados ao sistema em uma das maneiras abaixo:
* Inserts dos canais
* Diretamente em um instrumento
Na maioria das vezes, os inserts dos canais da mesa de som (física ou virtual) são utilizados para a ligação de compressores, assim todo o sinal é comprimido modificando o sinal original. Também é possível ligar um instrumento qualquer diretamente ao compressor e este último à mesa de som.
Comandos do Compressor
Figura 1 – Compressor
Threshold:
É o nível no qual o compressor deverá começar atuar. Esse parâmetro indica a partir de que ponto o sinal de entrada começa a ser comprimido e é, normalmente, expresso em dB.
Como o nível estabelecido, há uma situação de compressão quando os pontos da onda o ultrapassam
Obs. Se o ajuste do Threshold for acima do sinal de entrada (ou seja, muito alto), o mesmo passará pelo equipamento sem ser afetado pela compressão.
Ratio:
É o controle da taxa de compressão aplicada depois que o sinal atingiu o nível de limiar.
O ratio é expresso, por exemplo, por uma razão de 3:1 (lê-se três para um), ou seja, a cada 3dB que o sinal passa do nível de limiar, a saída será de apenas 1dB.
Figura 3- Ratio
No exemplo, a margem dinâmica entre o sinal mais, fraco e o sinal mais forte é de 35db.
Figura 4 – Ratio
Com o sinal comprimido, obtém-se uma nova margem que será de 15db.
Attack:
É a velocidade da compressão depois de estabelecido o nível de threshold e a razão de operação, ratio.
Figura 5 – Attack
Com um attack muito rápido, o compressor se torna mais sensível e o som perde freqüências na região dos graves, portanto, o timbre e o peso. Em alguns modelos, a configuração desse parâmetro é mostrada no painel de controle em milissegundos ou, em outros, apenas com fast ou slow. Outra forma de denominação para definir o tempo de ataque de um compressor é valor.
– Average ou Averaging compressor – valor médio
– RMS – compressor – valor eficaz
– PEAK compressor – valor de pico
Em alguns modelos, os parâmetros de attack e release já são pré-estabelecidos em valores determinados pelo fabricante. Também existem aqueles que possuem chaves comutadoras das duas situações: com attack e release ou sem.
Release:
Funciona como se fosse uma válvula de escape. É o responsável pelo controle do tempo em que o compressor irá deixar de comprimir. Por meio desse parâmetro, é ajustado o período em que o sinal ficará no estado de compressão até que outro ultrapasse o limiar. Para que exista o tempo de descompressão, o sinal deverá cair abaixo do nível de threshold.
Figura 6 – Release
Soft e Hard Knee:
•Soft Knee
Quando se usa esse tipo de compressão, assim que o sinal atinge a entrada do compressor, ele já começa a atuar sem que precise alcançar o nível de threshold.
• Hard Knee
Esse tipo de compressão é chamado de “Compressão Dura”, ou “Transição Rápida”.
Gain Reduction:
A redução de ganho é expressa em dB, em um VU de leds normalmente vermelhos, com ordem crescente da direita para a esquerda, ou seja, ao contrário dos Vus normais. Ele mede o nível de sinal que foi reduzido após a compressão, possibilitando o Aumento de Volume (Makeup Gain) em “Proporção Da redução”, para que se ganhe corpo no som.